Ter um bebê em casa é sinônimo de alegria e novas descobertas a todo momento, não é verdade? No entanto, a chegada de um recém-nascido pode ser algo bastante desafiador para as mães, principalmente as de primeira viagem.
Afinal, após o parto ocorrem uma série de mudanças hormonais no corpo da mulher. Além disso, é natural que tanto a mãe quanto o bebê demorem algum tempo para se adaptarem à nova rotina, que inclui mamadas, choro, cólicas, noites sem dormir e muita troca de fralda. Todas essas mudanças podem gerar um problema que afeta mães de todas as idades ou classes sociais: A depressão pós-parto.
Neste artigo, você vai ver:
Saiba o que é depressão pós-parto
Depressão pós-parto sintomas: saiba identificar
Quais são os primeiros sinais de depressão pós parto?
Qual é a diferença entre depressão pós-parto e baby blues?
Qual é o tratamento da depressão pós-parto?
Como ajudar uma mulher com depressão pós-parto?
É muito importante que as pessoas busquem informação sobre esse assunto para agirem corretamente sempre que necessário.
Boa leitura!
Saiba o que é depressão pós-parto
De forma resumida, podemos entender a depressão pós-parto como um problema de saúde mental que afeta mulheres na fase do puerpério, ou seja, nas primeiras semanas após o nascimento do filho. Trata-se de um quadro em que a pessoa apresenta um sentimento de tristeza profunda, muita indisposição, pessimismo exagerado, alterações no humor, tendência a olhar tudo de forma negativa e falta de vínculo com o bebê.
O psiquiatra Joel Rennó, que é coordenador do Programa de Saúde Mental da Mulher do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq/HCFMUSP) e coordenador da Comissão de Saúde Mental da Mulher da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), explica que esse transtorno nem sempre é fácil de ser diagnosticado.
Muitas vezes, a mulher não sabe explicar o que está sentindo e acaba se culpando por estar se sentindo mal. Por isso, é importante que todos os familiares fiquem atentos às queixas da mãe sobre os sintomas de depressão pós-parto.
Depressão pós-parto sintomas: saiba identificar
Segundo o médico Joel Rennó, entre 15% e 30% das mulheres têm sintomas de depressão pós-parto durante o puerpério. Vale destacar que a depressão pós-parto pode acontecer mesmo quando a gravidez foi planejada.
“Importante ressaltar que apenas 18% das mulheres diagnosticadas com depressão na gestação e no pós-parto procuram tratamento, em parte porque alguns sintomas confundem-se com a gestação normal – por exemplo, alterações no sono, apetite, cansaço –, e em parte em razão da crença de que esses devem ser períodos de satisfação e alegria e não tristeza na vida da mulher. Portanto, essas mulheres sofrem caladas”, afirma o médico sobre os sintomas de depressão pós-parto.
Quais são os primeiros sinais de depressão pós parto?
Agora que falamos sobre o que é depressão pós-parto, vamos abordar um pouco mais sobre os sinais de alerta de quem está passando por esse problema. Afinal, eles podem se manifestar de diferentes maneiras em cada pessoa. Confira a seguir!
Os principais sintomas de depressão pós-parto podem variar bastante, mas geralmente incluem:
Tristeza profunda ou persistente: Sentimentos de tristeza intensa que não melhoram com o tempo.
Desesperança e desamparo: Sensação de que as coisas nunca vão melhorar ou de incapacidade de lidar com a situação.
Falta de interesse ou prazer nas atividades: Perda de interesse nas atividades que normalmente traziam prazer.
Mudanças de apetite: Tanto perda quanto aumento significativo no apetite.
Distúrbios do sono: Insônia (dificuldade para dormir) ou hipersônia (excesso de sono), mesmo quando o bebê está dormindo.
Cansaço extremo ou falta de energia: Sentimento constante de cansaço, mesmo após o descanso.
Sentimentos de culpa ou inutilidade: Pensamentos negativos sobre si mesma, culpa por não se sentir feliz ou não conseguir cuidar do bebê como gostaria.
Irritabilidade ou ansiedade: Sentimentos de nervosismo, agitação ou preocupação constante.
Dificuldade de concentração ou tomada de decisões: Dificuldade em se concentrar em tarefas simples ou tomar decisões.
Pensamentos suicidas: Em casos mais graves, pensamos relacionados a ferir a si mesma ou ao bebê.
É importante notar que os sintomas de depressão pós-parto podem se manifestar logo após o parto ou algumas semanas depois. Se alguém estiver experimentando esses sintomas, é crucial procurar ajuda médica e apoio imediato, pois a depressão pós-parto é uma condição tratável com suporte adequado.
É normal ficar triste após o parto? Por que a depressão pós-parto acontece?
Segundo o Ministério da Saúde não existe uma causa específica para o aparecimento da depressão pós-parto. Os médicos explicam que esse problema pode ser resultado de fatores físicos, questões emocionais, falta de qualidade de vida, além do histórico de doenças e/ou transtornos mentais na família. As alterações hormonais, comuns durante e após a gravidez, também podem influenciar diretamente no estado geral da mulher.
Listamos abaixo os principais fatores de risco para o aparecimento dos sintomas de depressão pós-parto.
Quadros depressivos antes ou durante a gravidez;
Histórico de depressão (inclusive pós-parto) na família;
Quadros frequentes de ansiedade, estresse ou outros transtornos mentais
Gravidez indesejada;
Contexto social no qual está inserida;
Ausência de rede de apoio;
Falta de apoio familiar;
Alimentação inadequada;
Sedentarismo;
Isolamento social;
Alterações hormonais após o parto;
Vício em crack, álcool ou outras drogas;
Falta de planejamento da gestação;
Violência doméstica ou traição;
Problemas financeiros.
Qual é a diferença entre depressão pós-parto e baby blues?
O termo baby blues refere-se a um momento temporário de maior sensibilidade, fragilidade e cansaço nas mães de recém-nascido, que desaparece em alguns dias. A causa mais comum é a queda brusca nas taxas hormonais da mulher após a gestação.
Layla Campagnaro, psiquiatra perinatal do Centro de Medicina Integrativa da Pro Matre (SP), explicou em entrevista ao UOL que a grande diferença da depressão pós-parto para o baby blues é o tempo e a intensidade dos sintomas.
"O baby blues tende a desaparecer após umas duas semanas depois do parto. Se passar uns 15 dias e essa mulher ainda apresentar um choro frequente, desânimo, fadiga, tristeza, ausência de prazer, e ainda um aumento de intensidade desses sintomas, já é um sinal de alerta", disse a médica em relação aos sintomas de depressão pós-parto.
Qual é o tratamento da depressão pós-parto?
O diagnóstico da depressão pós-parto deve ser feito por um profissional de saúde especializado. O psiquiatra é o médico mais indicado para acompanhar a mulher com esse tipo de problema após o nascimento de um filho.
Geralmente, é feita uma avaliação clínica para análise dos sintomas e podem ser solicitados exames de sangue para determinar se há disfunção da tireoide ou outros tipos de hormônios no organismo. Os exames complementares também permitem avaliar possíveis carências nutricionais e outras alterações importantes no corpo.
O tratamento para os sintomas de depressão pós-parto varia de um caso para outro, podendo incluir o uso de medicação e psicoterapias. A prática de atividade física ou meditação também podem ser recomendadas para promover o bem-estar da mulher.
Vale lembrar que somente o médico pode indicar o uso de remédios para depressão pós-parto, principalmente porque algumas composições podem ser prejudiciais à amamentação.
Outra recomendação para amenizar os sintomas de depressão pós-parto é a participação em grupos de apoio com outras mães para troca de dicas. Vale a pena, por exemplo, usar o Whatsapp para formar esses grupos, compartilhar experiências e buscar apoio. Palestras e conversas com pediatras e obstetras também podem ser extremamente úteis.
Como ajudar uma mulher com depressão pós-parto?
Oferecer apoio, acolhimento e um ambiente seguro para a mulher é o caminho mais sensato para ajudá-la a superar os sintomas de depressão pós-parto. É fundamental que ela tenha abertura para falar sobre suas dificuldades sem ser julgada.
Além disso, o auxílio nas tarefas domésticas e com o bebê podem contribuir bastante para a evolução do tratamento. "É um apoio para o lado emocional e também para os afazeres. A mulher se cobra muito e às vezes isso pode ajudar a causar o transtorno", disse Rita Géssia Patriani Rodrigues, ginecologista, obstetra e uroginecologista, com especialização em saúde da mulher pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em conversa com site Viva Bem sobre ‘o que é depressão pós-parto?’.
Outra recomendação importante para combater os sintomas de depressão pós parto é a mulher evitar o isolamento e tentar, na medida do possível, ter momentos de lazer e de autocuidado no dia a dia.
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